20/02/2008
Advogados investem em pós para subir na carreira


VALOR ECONÔMICO - CARREIRA
Advogados investem em pós para subir na carreira

O perfil do advogado que atua nos escritórios está mudando. Com a profissionalização das bancas, que na última década passaram a se estruturar como empresas, o número de especialistas tem aumentado de forma expressiva. Ávidos para subir na carreira, muitos começam a investir em cursos de pós-graduação.

É o que aponta pesquisa realizada pela Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas, onde foram ouvidos 239 profissionais dos principais escritórios de São Paulo. "Esse cenário reflete o processo de expansão do setor jurídico brasileiro na última década, impulsionado pelos processos de privatização", afirma Luciana Gross Cunha, professora da escola e uma das autoras do estudo.

A pesquisa apontou que na opinião de 60,5% dos profissionais, a pós-graduação é principal meio para se atingir postos mais altos. Essa valorização é reforçada quando os entrevistados falam sobre a importância dos investimentos feitos pelas bancas na formação dos advogados. Quase 100% responderam ser esse o fator número um de influência no sucesso de um escritório.

O estudo mostra que ainda há a predominância de atuação dos advogados em áreas tradicionais. Ou seja, 62,2% estão presentes em áreas como civil, contencioso e penal. "Apenas 26,5% estão ligados atividades envolvendo negócios", afirma Luciana. "Mas a tendência é que o interesse por essa área cresça entre os profissionais".

Outra constatação destacada pela pesquisa está ligada ao novo modelo de gestão dos escritórios, hoje bem menos familiares. "Acabou a história de que só os filhos podem se tornar sócios. Agora há plano de carreira e estratificação de cargos, além de uma política definida de salários".

Cenário que não só atinge as grandes bancas, mas também as de médio porte. É o caso do escritório paulista Lobo & de Rizzo, que desembarcou no Rio de Janeiro semana passada. Com um total de 44 advogados, eles estão desenvolvendo um modelo de remuneração mais sofisticado para os sócios. "Ter um política de remuneração bem desenhada é uma forma de motivar e reter os profissionais", afirma Valdo de Rizzo, sócio do escritório.

Andrea Giardino, de São Paulo

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