14/08/2013
Governo (Russo) estuda isenção de impostos para novos empresários individuais por dois anos

Governo estuda isenção de impostos para novos empresários individuais por dois anos
13 de agosto de 2013


Para estimular o empreendedorismo, o Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia propõe liberar os empreendedores de primeira viagem de todos os impostos durante dois anos.

A partir do próximo ano, um empresário individual russo que registre uma empresa pela primeira vez poderá receber isenção de todos os impostos durante dois anos. A ideia está em análise pelo primeiro-ministro Dmítri Medvedev. De acordo com vice-ministro da Economia, Serguêi Beliakov, a matéria já teria sido aprovada por todos os ministérios.

A medida é uma resposta ao êxodo em massa de empresas do campo legal, explica o copresidente da organização empresarial Delováia Russia, Aleksandr Galuchka:

Devido à duplicação dos prêmios de seguro, 458 mil empresários terminaram oficialmente as atividades desde o início deste ano (em junho, estavam oficialmente registrados no país 3,5 milhões de empresários). No verão, as autoridades salvaram a situação em modo de emergência, levando a Duma (câmara dos deputados na Rússia) a aprovar a lei da redução das contribuições para o seguro.

Mas, mesmo sem isso, desde 2010 que a já diminuta classe empresarial vem diminuindo no país. O problema não está só nos impostos, admite Galuchka:

Nos anos anteriores à crise, o rápido crescimento da receita cobria todos os custos. Em 2009 se deu um congelamento no crescimento e, a partir de 2010, as despesas dos empresários começaram a aumentar em um ritmo mais rápido.

No ano passado, havia 3,7 milhões de pessoas registradas como empresárias. Parte dos que saem, abandona o mercado, enquanto outra parte passa a trabalhar na clandestinidade, explica o especialista do Grupo de Perícia Econômica, Aleksandr Súslin.

Os empresários individuais estão agora pagando impostos em regimes especiais pelos quais podem optar: regime simplificado (6% do volume de negócios ou 15% dos lucros); imposto unificado sobre o lucro imputado; imposto de renda e IVA e sistema de patentes. As contribuições para a previdência social são pagas em todos os regimes e serão mantidas em qualquer dos casos.

A contribuição dos empreendedores individuais para o PIB é de apenas 5%. Este incentivo não terá quaisquer efeitos macroeconômicos, prevê a economista sênior do BNP Paribas Iúlia Tsepliáeva
O efeito social, segundo ela, é importante:

Se na década de 1990 o sonho russo era possuir o próprio negócio, agora o sonho é entrar para o funcionalismo público.

Fiscalização

O governo estudará uma maneira de garantir que os empresários mais antigos não aproveitem ilegalmente este benefício fiscal, fazendo a sua empresa passar por recém-aberta, adverte Beliákov. No entanto, ainda não se sabe como fazer isso, admite ele:

Os detalhes estão agora sendo discutidos com o Ministério das Finanças e o Serviço Tributário Federal.

Em desvantagem ficam todos aqueles que já tentaram uma vez o empreendedorismo, não foram bem-sucedidos e querem tentar de novo, diz o presidente do conselho de administração da empresa de auditoria Gradient Alpha, Pável Gagárin.

O que faz falta é deixar os empresários em paz, liberá-los do excesso de zelo e monitoramento rigoroso por parte do Estado, aconselha Tseplháeva.

E mudar menos a legislação, insiste Súslin:

Se as grandes empresas conseguem cobrir rapidamente a alteração de custos de empréstimos a curto prazo, as pequenas se veem obrigadas a desviar para este fim fundos que deveriam estar circulando no mercado.

Não é a carga tributária em si, mas o caráter caótico das tomadas de decisão referentes às leis tributárias que congela o empreendedorismo na Rússia, conclui o especialista.

Margarita Papchenkova, Maksim Glíkin, Vedomosti
Gazeta Russa
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