20/08/2013
Aéreas querem zerar tributos para compensar perdas

Aéreas querem zerar tributos para compensar perdas

19 de agosto de 2013


Empresas defendem que setor seja incluído na MP que retira PIS/Cofins para transporte rodoviário e metrô

Desoneração está na pauta de reivindicações que as empresas vão apresentar ao governo federal na terça-feira

Os presidentes das principais companhias aéreas do país vão à Brasília na próxima terça-feira (20) tentar sensibilizar o governo sobre os prejuízos bilionários que se acumulam no setor.

Dentre as reivindicações que serão apresentadas ao ministro Moreira Franco e ao presidente da Anac, Marcelo Guaranys, está a inclusão do transporte aéreo na medida provisória 617, que zera as alíquotas de PIS e Cofins para empresas de transporte rodoviário, metroviário e ferroviário. A inclusão consta de uma emenda já apresentada pelo Senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

Para Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, associação das empresas aéreas, sem algum tipo de alívio por parte do governo, o setor perderá os avanços obtidos na última década: redução de preços de passagem (em 40% na década) e inclusão da classe média, com o número de viajantes saltando de 30 milhões para 100 milhões. A classe média já está voltando para o ônibus, diz.

Nós chegamos no limite em termos de ganhos de eficiência e cortes de custos. Não temos mais bala da prata. Daqui para frente, a responsabilidade pelo resultado deve ser compartilhada.

Mas Sanovicz diz que as empresas não vão pedir dinheiro do BNDES. Queremos discutir custos que estão fora do nosso controle, como combustíveis e tarifas aeroportuárias.

O executivo dá como exemplo números da Gol, que divulgou balanço esta semana. A empresa fez um corte de custos de R$ 260 milhões. Porém, a recente alta do dólar, de R$ 2 para R$ 2,30, vai representar um aumento de custo de R$ 340 milhões.

Na reunião, o setor vai insistir em uma pauta que está na agenda há anos, mas que não tem encontrado eco no governo: a revisão da política de preços de combustível pela Petrobras e também a unificação do ICMS.

Atualmente, o preço dos combustíveis é estabelecido pela Petrobras com base na cotação do barril no golfo do México, com um adicional de frete de importação de 100%, embora 75% sejam originários do próprio país.

Na última década, o combustível aumentou 136% (ante uma inflação IPCA de 77%). Como resultado, o peso do insumo no custo total das empresas aéreas subiu para cerca de 40%, enquanto a média no exterior é de 30% a 35%. Queremos preços semelhantes ao do mercado internacional, diz.

Nos últimos meses, pela primeira vez na última década, as empresas deixaram de expandir oferta. Rotas e frequências menos rentáveis vêm sendo eliminadas, na tentativa de melhorar a ocupação dos aviões e a rentabilidade.

No entanto, o baixo crescimento da economia, somado à alta das passagens, tem enfraquecido a demanda, agravando a situação. No ano passado, Gol e TAM perderam juntas R$ 2,7 bilhões.

A lista de reivindicações inclui medidas pontuais, como um plano para coibir furtos de malas e também um acompanhamento para impedir cobranças que as empresas consideram abusivas por parte das concessionárias.

REIVINDICAÇÕES DAS EMPRESAS

1 Impostos
Zerar a alíquota da PIS/Cofins

2 Combustível
Nova política para estabelecimento de preços e unificação do ICMS

3 Tarifas
Revisão das tarifas aeroportuárias

4 Aeroportos
Setor vai apresentar lista de 61 aeroportos para o governo dar prioridade no plano de investimentos em aeroportos regionais

5 Segurança
Plano de prevenção de furtos de bagagens

Folha de S.Paulo
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
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