20/09/2013
Indústria gráfica tenta vencer o desafio tributário e a concorrência chinesa

Indústria gráfica tenta vencer o desafio tributário e a concorrência chinesa

19 de setembro de 2013


Setor vai iniciar campanha para mudar a imagem negativa do consumo de papel

Reunidos no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mais de 30 presidentes de sindicatos da indústria gráfica e representantes da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) discutiram na última segunda-feira (16/9) os principais desafios do setor.

Responsável por agrupar 20 mil empresas, a indústria gráfica brasileira faturou R$ 44 bilhões em 2012. Fábio Mortara, presidente da Abigraf, explicou à DINHEIRO que entre os grandes desafios do setor estão os conflitos tributários. Temos uma ação no Supremo junto com a Associação Brasileira de Embalagens que propõe a redução de tributos para o setor que atualmente concorre com a China, afirma.

Algumas editoras brasileiras estão imprimindo seus livros na China

Em relação à concorrência estrangeira, uma grande tendência tem sido a impressão de livros, por parte de editores brasileiros, na China. O que acontece neste tema é uma injustiça, já que, se uma editora manda para a China, ela consegue colocar o produto de volta ao Brasil sem nenhum tributo. Mortara prefere não criticar a prática das editoras, mas ressalta que isso vem tirando a competitividade do setor.

Outra questão que está parada na Câmara Federal é a desoneração em materiais didáticos. O projeto estava bem encaminhado, mas acabaram trocando o relator, que agora parece desfavorável. Hoje, temos produtos de material escolar com mais de 50% de impostos. Apesar das dificuldades, recentemente, o ministério da Fazenda aprovou o fim das alíquotas de importação de cem produtos.

Tendências e dificuldades

Mortara explica que apesar dos desafios do setor como um todo, alguns segmentos dentro do setor estão em ritmo de crescimento. Ele destaca a produção de embalagem, o setor de impressão de fotografias e rótulos e também os produtores de cadernos. Já a área editorial e promocional estão com dificuldades. Em meio a um esforço para reverter a imagem negativa que muitas vezes a indústria gráfica enfrenta relacionada a derrubada de árvores e consumo de papel, Mortara explica que a Abrigaf vai iniciar uma campanha para mostrar que a indústria não é nada do que pensam em termos de sustentabilidade. Falta muita informação sobre nosso setor e queremos mudar isso. Hoje, o Brasil é o melhor produtor de celulose, possui práticas modernas e tecnológicas.

Campanha do setor quer desfazer imagem negativa do consumo de papel

A questão da desinformação visa aproximar o setor dos consumidores. Também é preciso mudar a imagem que as pessoas tem do papel. Mostrar que ele é sustentável, que as florestas seqüestram carbono e que existe um equilíbrio entre produção e ambiente, afirma.

Por Luiz Gustavo PACETE
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