31/07/2015
EDITORIAL DO MIGALHAS

EDITORIAL DO MIGALHAS

Sexta-feira, 31 de julho de 2015

Fim da linha

"De coragem a coragem, entre a de morrer e a de matar, qual será, senhores, a coragem humana ? A coragem de matar é a do bruto, a do louco, a do criminoso. A coragem de morrer é a do soldado, mas é também a do missionário, a do juiz, a do advogado."

Rui Barbosa

Fim da linha

Voltando de férias em Miami, Beatriz Catta Preta revela em entrevista ao eficiente jornalista César Tralli, divulgada no JN, que encerrou a carreira de advogada. "Eu fechei o escritório." A razão ? Está se sentindo ameaçada por integrantes da CPI da Petrobras.

Editorial

Quer dizer que a advogada se sentiu "veladamente" ameaçada, insinua que as ameaças teriam vindo de parlamentares, e por conta disso abandona a carreira ? Faz, então, muito bem. E faz bem à advocacia. A indumentária do causídico não é para pusilânimes ou ignavos. A advocacia, a magistratura, o parquet, a polícia, e por que não dizer os jornalistas, todos têm fartas histórias para contar sobre isso. Todavia, bravatas cifradas (seja lá o que for isso) não podem servir de justificativa para ninguém desistir de nada, ainda mais de um sacerdócio. Sim, sacerdócio, porque é isso que é a advocacia. Defender uma pessoa, ainda mais num processo criminal, é das coisas mais nobres e honrosas que podem existir. Imagine, leitor, se o juiz Moro, se os jovens procuradores da República, se os policiais, resolvessem agora desistir.... Ou alguém duvida que eles, diariamente, estão sofrendo pressões. Mas, ainda bem, não se acobardam. E isso porque o bacharel em Direito deve agir, sempre, com desassombro. Relembrando Pessoa, "navegar é preciso ; viver não é preciso".

http://www.migalhas.com.br/Pilulas/224376
« VOLTAR