20/08/2008
Crédito tributário ajuda o lucro do HSBC no semestre

Crédito tributário ajuda o lucro do HSBC no semestre

Norberto Staviski

O lucro líquido consolidado do primeiro semestre do HSBC Bank Brasil cresceu 40% em relação ao primeiro semestre de 2007, saltando de R$ 546 milhões para R$ 769 milhões, segundo o balanço do banco divulgado ontem. Boa parte desse resultado, no entanto, se deve reconhecimento de créditos tributários num montante de R$ 163 milhões referentes aos PIS/Cofins recolhidos a mais pelo banco, obtidos via sentença judicial. "Se fizermos os expurgos e formos comparar os resultados do primeiro semestre de 2007, quando também houve impactos extraordinários, com o primeiro semestre deste ano, o crescimento do lucro do banco atingiu a quase 20%, o que é um resultado muito bom", disse o diretor financeiro do banco, Álvaro Jorge Fontes de Azevedo. A maior parte deste crédito extraordinário - R$ 132,8 milhões - teve origem nas operações da HSBC Seguros.

Carteira de crédito

Segundo ele, o bom momento vivido pelo banco no mercado brasileiro - em 2007 o HSBC lucrou 30% a mais que em 2006, o melhor resultado de sua história no País, iniciada em 1997 - continua. "Tivemos um crescimento muito bom na nossa carteira de crédito, que atingiu 37%. Ela foi de R$ 27,9 bilhões para R$ 38,3 bilhões. E quando fomos buscar o funding para alavancar este crescimento, os depósitos cresceram 28%", completa.

O aumento dessa carteira se deve especialmente ao crédito concedido a pessoas físicas, que na área de financiamento de veículos aumentou 34%, e do crédito consignado, que subiu 60%, mantendo a mesma rota iniciada no ano passado. "Houve também um crescimento notável nas operações com pequenas e médias empresas no comercial bank. O nosso trade finance - importações e exportações - cresceu 60%", disse o diretor.

Imóveis

Outro aumento representativo ocorreu na carteira de crédito imobiliário, que está ganhando importância e se tornando mais visível nas operações do banco.

"No ano passado nos tivemos um impacto favorável muito forte nos resultados do banco com o IPO da Serasa e em 2008, o impacto veio da Bovespa e da BM&F porque o HSBC era um cotista importante e a venda de ações trouxe um ganho extra", informou Fontes de Azevedo. Por outro lado, segundo ele, as recentes modificações efetuadas no mercado pelo Banco Central com relação à cobrança de tarifas "trouxe um impacto muito pequeno no resultado, porque só abrangeram dois meses. "Só vamos saber melhor sobre o comportamento das receitas com tarifas no final do ano, quando olharmos um semestre completo", acrescentou.

Entre março e abril foram implantadas novas regras com foco especial nos serviços mais utilizados por pessoas físicas, para proporcionar comparações e estimular a concorrência. "O mercado está muito competitivo, mas tivemos uma boa resposta na base de nossos clientes quando aumentamos o nosso funding. No segundo semestre, não nos resta outra alternativa senão a de sermos mais eficientes", afirma o diretor financeiro.


Fonte:
Gazeta Mercantil

Associação Paulista de Estudos Tributários, 19/8/2008 13:54:27
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