04/09/2008
Em um mês, exportador poderá se beneficiar de novo regime tributário

Em um mês, exportador poderá se beneficiar de novo regime tributário

Sérgio Leo

Em um mês, os exportadores brasileiros poderão beneficiar-se do regime conhecido como "drawback verde-amarelo", pelo qual poderão comprar embalagens, matérias-primas, partes e peças no país sem pagar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), quando se destinarem à produção de mercadorias para venda no exterior. Anunciado com a nova política industrial, em maio, o drawback verde-amarelo ainda não tinha sido regulamentado. A nova regulamentação será anunciada oficialmente na próxima semana, pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento.

Hoje, há uma média de 1,3 mil operações de drawback em vigor, em média, por mês. O Ministério do Desenvolvimento calcula que esse número subirá para 5 mil a partir de outubro, com a entrada em vigor do novo regime. A medida era uma das mais esperadas pelos exportadores, que cobravam sua regulamentação.

O governo calcula usar R$ 34 bilhões até 2010 em programas para garantir o aumento das exportações brasileiras e a diversificação de empresas e mercados de exportação do Brasil, segundo anunciaram ontem o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex), Alessandro Teixeira. Eles divulgaram ontem a "estratégia brasileira de exportação", relacionando, pela primeira vez, todos os programas e projetos de governo para apoio ao comércio externo, a cargo de mais de 40 órgãos e bancos públicos.

Dessa quantia, quase US$ 12 bilhões se destinam a obras para eliminar os gargalos nos portos e em estradas nas regiões mais remotas, usadas por exportadores. São obras já previstas nos programas do Ministério dos Transportes e da Secretaria Especial de Portos, como o Programa Nacional de Dragagem de Portos, que aumentará o calado de terminais portuários nos Estados do Sul e do Sudeste. Somam US$ 4,2 bilhões os financiamentos e projetos para estimular exportadores a aumentar o valor agregado de suas mercadorias, deixando de vender matérias-primas para exportar bens industrializados.

A "estratégia", lançada como mais uma iniciativa para aumentar a participação das exportações brasileiras no comércio mundial, dos 1,27% atuais para 1,25%, inclui medidas para promover a exportação de serviços. Antes do primeiro semestre de 2009, o governo iniciará um sistema informatizado de registro das vendas externas de serviços, semelhante ao que é o Siscomex para as exportações de mercadorias, que permitirá ao país ter um inédito detalhamento da balança de serviços brasileira, com a identificação dos serviços mais exportados e importados, e a variação do comportamento desse mercado.

As exportações brasileiras de serviços somam, hoje, 0,7% do total mundial e a meta do governo é alcançar 1% até 2010, com investimento de US$ 1 bilhão do setor público nessa tarefa.

As pequenas e médias empresas têm tratamento especial, e serão alvo de programas para ampliar em pelo menos 10% o número de companhias hoje dedicadas às vendas ao exterior. "O principal desafio é dar acesso a tecnologia, aumentar a competitividade dessas empresas", comentou o presidente do Serviço de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae), Paulo Okamoto.

Segundo anunciou Welber Barral, o Ipea está encarregado de elaborar indicadores de desempenho para os órgãos encarregados das metas da estratégia exportadora. A coordenação das atividades anunciada ontem também dará maior transparência para as ações do governo, para responder às críticas de empresários que reclamam da dificuldade em conhecer os programas do governo e as linhas de financiamento à disposição dos interessados em vender ao exterior.

"O governo anunciou a meta de aumentar as exportações e está dando satisfação de que vai chegar lá com coordenação forte e um novo modelo de implementação", comentou Alessandro Teixeira, da Apex.


Fonte:
Valor Econômico

Associação Paulista de Estudos Tributários, 4/9/2008 14:07:48

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