22/09/08 - 00:00 > AVIAÇÃO
Isenção tributária deve impulsionar a indústria aeronáutica brasileira
Júlia Aronchi com agências
SÃO PAULO - A entrada do novo drawback verde-amarelo no início de outubro, que prevê isenção de tributos federais para compra de insumos e produtos intermediários nacionais usados na fabricação de produtos para exportação, deverá contribuir para que a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) eleve o número de fornecedores locais nos próximos anos.
Atualmente as fabricantes locais respondem por menos de 5% das compras da empresa.
A Embraer não estima quais empresas ou setores brasileiros poderão ser beneficiados a partir de outubro. Mesmo assim o diretor de Relações Institucionais da Embraer, Francisco Horácio B. Mello, avalia que a suspensão tributária é um grande incentivo para o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores para a indústria aeronáutica no Brasil.
"O Brasil tem capacidade sim para atender a esse mercado", avalia. "Vamos aguardar um pouco para poder falar em números com exatidão", disse o diretor da Embraer.
O executivo lembra que nos últimos anos muitas empresas estrangeiras já se instalaram no Brasil de olho na processa de incentivos fiscais para fornecer à brasileira Embraer.
De acordo com a empresa, as principais fornecedoras da Embraer já estão instaladas no Brasil.
Fazem parte dessa lista, a norte-americana C&D Aerospace, fornecedora de interiores para avião e a Parker Hannifin, fabricante de sistemas hidráulicos, comandos de vôo e de combustível, ambas localizadas na cidade de Jacareí. Em São José dos Campos estão instaladas a Sobraer, a Pilkington Aerospace (janelas da cabine de passageiros) e a Eleb, que é resultado de uma joint venture entre a Embraer e a alemã Libherr que produz trens de pouso e componentes hidráulicos para os jatos brasileiros. Além delas a Goodyear, que tem uma linha de produção de pneus de avião e a japonesa Kawasakil também já estão no País.
Com drawback verde-amarelo, o governo espera dar competitividade à matéria-prima nacional e evitar a substituição por importados, num momento em que a balança comercial brasileira tem apresentado queda do superávit.
Embraer vai aproveitar o novo drawback verde-amarelo para aumentar o número de fornecedores nacionais nos próximos anos. Hoje, eles representam menos de 5% dos insumos.
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