09/01/2009
Pacote da construção sai em 15 dias

Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009.
Pacote da construção sai em 15 dias
Fonte: Jornal do Brasil | Data: 8/1/2009


Ana Carolina OliveiraAyr Aliski
O governo anunciará nos próximos 15 dias o novo pacote de medidas para estimular o setor da construção civil. A informação foi dada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para empresários do setor de infra-estrutura que participaram ontem, em Brasília, de reunião para discutir os últimos detalhes do pacote. Em análise, informou o ministro, está a possibilidade de desoneração do setor produtivo, conforme solicitado pelo setor privado. Ontem, o governo também ouviu unânime reclamação contra os juros altos.
 Uma das unanimidades é a necessidade de reduzir o custo do dinheiro, com a redução do custo da Selic  disse o presidente da Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, ao deixar a reunião. Também estavam presentes os presidentes do Banco Central, Henrique Meirelles, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

Apesar da maciça presença de autoridades do governo federal e de empresários, a reunião terminou sem que medidas tenham sido anunciadas pelo Ministério da Fazenda. Apesar de novas medidas não terem sido anunciadas ontem, a equipe da Receita Federal já está mobilizada. Técnicos da Receita informam que é considerada a hipótese do anúncio ainda hoje de novas medidas.
Uma das propostas defendidas pelos empresários é a de desonerar investimentos. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, disse que a área de bens de capital precisa de medidas que dêem fôlego momentâneo ao setor. Argumenta que uma boa alternativa seria dar aos bens de capital o mesmo tratamento que as exportações. Isso envolveria principalmente desoneração sobre IPI, Cofins e PIS. A proposta é estabelecer um período de trégua de seis meses, com o pagamento dos valores devidos nos 24 meses subseqüentes, sem juros, para melhorar o caixa das empresas no atual momento, considerado mais crítico.
No fim de dezembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que até 20 de janeiro o governo deveria divulgar medidas para manter o ritmo da economia, evitando retração excessiva em decorrência da crise.
Luciano Coutinho, que chegou mais tarde à reunião, era esperado com expectativa pelos empresários. Godoy, inclusive, já tinha dito quando chegou à Fazenda que era importante o reforço das ações dos bancos públicos na área de crédito, suprindo o enxugamento que promovido pelas instituições privadas. Defendeu, inclusive, uma linha permanente de crédito para a infra-estrutura. Coutinho, por sua vez, deu o recado de que 2009 é um ano difícil, mas que o país conseguirá sair fortalecido.



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