O ESTADO DE S. PAULO - NACIONAL
Confiança na Justiça cai conforme a renda
Brasileiros com renda superior a R$ 5 mil são os que menos confiam na Justiça e a ela dão nota 6,2, revela pesquisa da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. O trabalho, intitulado Índice de Confiança na Justiça (ICJ/Brasil), reuniu 1. 636 entrevistas em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Brasília e Porto Alegre. Quem ganha menos, entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, confia mais na Justiça. Esses dão nota 6,7.
A maioria dos que estão na faixa de renda maior respondeu que os conflitos no Judiciário são resolvidos muito lentamente (62,8%) e que os custos para quem apela aos tribunais são altos ou muito altos (75,7%).
O ICJ é composto por dois subíndices. O primeiro avalia a percepção da população com relação à qualidade do serviço que o Judiciário presta. O segundo confere o comportamento da população, se e quando ela recorre à instituição para solucionar suas demandas. A pesquisa incluiu situações hipotéticas de direito de família, cumprimento de contratos, relações trabalhistas, interesse do consumidor e medidas afetas ao poder público. "Não foram consideradas questões da área penal, uma vez que a atuação do Estado nessas áreas independe da vontade do cidadão", assinalou Luciana Gross Cunha, professora da FGV e idealizadora do índice.
Foram consultadas pessoas de todas as classes sociais e de diversos graus de escolaridade e renda, entre abril e junho. Porto Alegre é a capital que mais confia na Justiça; Salvador vem em último no ranking. Aqueles de formação educacional mais alta (pós-graduação) têm menor índice de confiança (nota 5,6). Desse grupo 38,9% responderam que a Justiça piorou nos últimos 5 anos. Confiam mais na toga quem possui segundo grau completo ou superior incompleto - índice 6,6.
Fausto Macedo
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