PF prende 23 em Rondônia em operação contra venda de sentenças
Por Áureo Germano
PORTO VELHO (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira em Rondônia uma ação batizada de "Operação Dominó", com o objetivo de desmontar uma quadrilha acusada de vender sentenças judiciais e de desviar verbas públicas do Estado.
Segundo informou à Reuters a assessoria de imprensa do órgão, foram presas 23 pessoas, incluindo o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Sebastião Teixeira Chaves, e o presidente da Assembléia Legislativa deputado Carlão de Oliveira (PSL).
O grupo, que é acusado de desviar mais de 70 milhões de reais dos cofres públicos de Rondônia nos últimos dois anos, contaria com a participação de 22 dos atuais 24 deputados estaduais, integrantes do Tribunal de Contas do Estado, juízes, procuradores, promotores de Justiça e empresários, segundo a PF.
De acordo com relatório encaminhado pela Polícia Federal à Justiça ao qual a Reuters teve acesso por intermédio de uma fonte ligada à apuração, deputados simulavam a contratação de funcionários e recebiam os salários desses servidores-fantasmas.
Conforme o relatório, promotores, conselheiros do TCE e desembargadores faziam acertos com os parlamentares para evitar a abertura de investigações sobre essa prática. Em troca, chegaram a receber aumentos salariais por meio de votações na Assembléia, segundo relatório.
"Há forte demonstração de que essa organização criminosa se instalou na Assembléia Legislativa e estendeu seus tentáculos para outros poderes de Rondônia", afirmou a jornalistas o superintendente-regional da PF, Joaquim Mesquita.
O grupo deverá responder por acusações de venda de sentenças judiciais, formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e extorsão, de acordo com a PF.
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