Quarta-feira, 6 de Abril de 2011.
Batalha naval em Santa Catarina
Fonte: SEF SC | Data: 5/4/2011
Diário Catarinense
Informe Econômico - Estela Benetti
Com um dos maiores polos náuticos do país, Santa Catarina assiste a uma verdadeira batalha naval. O principal motivo são os incentivos fiscais do governo do Estado, através do Pró-Emprego, que beneficiaram a instalação da italiana Azimut-Benetti em Itajaí, em agosto do ano passado. Agora, as empresas catarinenses querem compensações, já que aderiram ao Pró-Náutica, outro benefício fiscal estadual que equiparou o ICMS exigido por Santa Catarina ao do Rio de Janeiro, em 7%. O que incomoda é que a Azimut recolhe a metade disso.
O procurador-geral de Biguaçu, Anderson Nazário, conseguiu uma resposta da Secretaria da Fazenda, de que serão feitos estudos, visando a futuras compensações às empresas de fabricação de embarcações que aderiram ao Pró-Náutica.
O desequilíbrio na concorrência preocupa o prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, já que o município é destaque como polo setorial e vai sediar a segunda maior feira do país, a Exponáutica, de 23 a 26 de junho.
O reequilíbrio do mercado também é uma reivindicação da Associação Catarinense de Marinas (Acatmar), que tem vários estaleiros entre seus associados. O dono da Schaefer Yachts, Márcio Schaefer, lamenta o que considera "um subsídio do governo do Estado à Azimut".
Justiça tributária
Um dos principais argumentos dos empresários do setor náutico é de que a carga tributária sobrecarrega as empresas que geram empregos no Estado e beneficia aquelas que importam quase a totalidade dos seus insumos, gerando a desindustrialização do mercado. Segundo Anderson Nazário, a empresa sediada em Itajaí importa peças que depois são apenas montadas na unidade catarinense.
- Queremos justiça tributária para combater a desigualdade que prejudica as vendas das empresas situadas em Biguaçu e, consequentemente, o repasse da parte do ICMS devida ao município - diz o procurador.
Barco ao mar
Enquanto o setor se mobiliza, a Azimut-Benetti prepara o lançamento dos dois primeiros iates fabricados em solo catarinense - o Azimut 43 e o 58 (um de 43 e outro de 58 pés) - no Rio Boat Show, no final de abril. O Azimut 58 já está na água e o 43 está nos últimos ajustes. Os barcos custam a partir de R$ 2,5 milhões.
A empresa italiana prevê investir R$ 200 milhões em SC nos próximos cinco anos e gerar mil empregos diretos. No final do ano, termina a primeira fase da construção de uma megaestrutura de 200 mil metros quadrados, que abrigará a fábrica e outros serviços de apoio e lazer. Com todas as etapas em funcionamento, a previsão é produzir anualmente cerca de cem iates de luxo para atender o público brasileiro.
|