27/02/2012
STF discute quem recolhe imposto sobre bem importado

Titularidade do ICMS

STF discute quem recolhe imposto sobre bem importado


O Supremo Tribunal Federal reconheceu Repercussão Geral em mais uma discussão tributária nesta sexta-feira (24/2). A questão é que estado deve ser o titular de cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre matéria-prima importada: o destinatário do produto final, já pronto para comercialização, ou o destinatário da matéria-prima em si.

No caso, trata-se de matéria importada pela FMC Química do Brasil, com sedes em Uberaba (MG) e em Igarapava (SP). O caminho do produto é, primeiro a sede mineira e, finalmente, a sede paulista, segundo a empresa. O Tribunal de Justiça de Minas entendeu que quem deveria recolher o ICMS era o estado de Minas Gerais, pois é quem recebe a matéria-prima importada. Mas a companhia alega que o titular do imposto é São Paulo, que é o destinatário do produto final, pronto para comercialização.

Para o TJ-MG, o caminho percorrido pelo produto importado é uma importação indireta, em que a sede de Igarapava é mera intermediadora, cujo objetivo é escamotear a real destinatária final da mercadoria. Mas a FMC alega que sua principal atividade é vender defensivos agrícolas para o Brasil inteiro. Isso, diz, envolve um complexo processo industrial que envolve as duas filiais, em Uberaba e em Igarapava, e depende da importação de matéria-prima.

Como se pode notar, o Estado de Minas Gerais entendeu equivocadamente que a importação foi efetuada ali  motivo pelo qual está exigindo da embargante o débito de ICMS consubstanciado na CDA anteriormente mencionada  quando, na verdade, as mercadorias importadas são enviadas a esse estado somente para fins de industrialização por encomenda, retornando em seguida, argumenta a empresa.

O relator da matéria no Supremo é o ministro Joaquim Barbosa. Ele explica que há precedentes no STF da interpretação do artigo 155, parágrafo 2º, inciso IX, da Constituição Federal. Segundo o ministro, os precedentes confirmam que o sujeito ativo do ICMS incidente sobre a importação de mercadorias é o estado destinatário final da operação.

Porém, as autoridades fiscais e os tribunais têm interpretado cada qual a seu modo o que significa destinatário final. Ora rotulam-no como destinatário econômico, ora partem da concepção de destinatário jurídico, analisou. Barbosa acrescentou que a entrada física da mercadoria no estabelecimento é outro dado cuja importância ainda necessita de análise mais profunda no STF. As informações são da Assessoria de Imprensa do STF.

ARE 665134
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