13/06/2012
Governo desiste de teto para renegociação de dívida

Governo desiste de teto para renegociação de dívida

12 de junho de 2012

Por Renata Veríssimo

Brasília  Para forçar uma queda na inadimplência, o governo desistiu de impor um teto para a renegociação de dívidas com benefícios tributários entre bancos e clientes inadimplentes. A equipe econômica fez as contas e concluiu que o impacto fiscal é pequeno, mas os efeitos da medida podem ser significativos para estimular um mercado que ainda é reduzido. Além de tirar o teto atual de R$ 30 mil para pessoas físicas, o governo ampliará a permissão também para dívidas de empresas com bancos.

O Ministério da Fazenda acredita que as instituições financeiras terão estímulo para renegociar as dívidas porque será permitido o parcelamento do pagamento de Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) sobre a receita recebida na operação. A equipe econômica identificou que muitos bancos preferem não renegociar a dívida a fazer o pagamento dos tributos.

Isso porque as instituições financeiras provisionam no balanço o crédito não pago e podem abater este prejuízo da base de cálculo do IR e CSLL. Ao renegociarem o débito, o valor passa a ser reconhecido como receita e os tributos precisam ser pagos pelos bancos à Receita Federal de uma só vez.

O governo permitirá que as instituições financeiras façam o recolhimento dos tributos diferido no tempo, de acordo com o número de parcelas pagas pelo cliente. A lei 12.431, de junho de 2011, já permite esse mecanismo de recolhimento de tributos para renegociação de dívidas bancárias de até R$ 30 mil somente com pessoas físicas e para operações de financiamento rural. O ministro Guido Mantega chegou a cogitar elevar este valor para R$ 100 mil, mas desistiu do teto.

A mudança na lei será incluída na Medida Provisória 563, do Brasil Maior, que já tramita no Congresso. O ministro da Fazenda negociou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) a inclusão da proposta, por meio de emenda do relator, no texto da MP. Jucá deve apresentar a emenda amanhã na Comissão Mista que analisa a medida provisória.

O acordo com Jucá visa dar mais agilidade à implantação da medida que tem papel fundamental na estratégia do governo de baixar a inadimplência e fortalecer o mercado de consumo brasileiro nesse momento de crise internacional. Com isso, tentar evitar que investimentos anunciados sejam adiados ou cancelados.

Notícia  VEJA.com.
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